Mais um ano se passou e as luzes do palco se apagaram para dar lugar a continuidade das nossas vidas no novo ano que acabou de chegar.
É um momento, que pronta e rapidamente fazemos a retrospetiva do que nos propusemos fazer e o que efetivamente colocamos em marcha dos planos idealizados para o ano de 2022 que terminou.
Ao mesmo tempo, apenas na mente, no papel ou por meios digitais, elaboramos, afinamos os planos para o novo ano de 2023.
É tudo muito nostálgico, um misto de emoções que involuntariamente nos arrebata, nem que por uma fração de segundos, para um mundo só nosso. Nós e os nossos pensamentos.
No que toca a área financeira de 2022:
- O que teremos feito?
- O que teremos aprendido?
- É uma gaveta que ficou desarrumada?
- É uma gaveta que está a ser arrumada com planos traçados?
- Teremos aprendido a priorizar o que deve ser priorizado na área financeira?
- Deixamos espaço para a diversão, lazer, doação, para os merecidos miminhos que sabem tão bem?
- Apenas priorizamos o viver para amealhar, pagar contas e/ou viver chapa-ganha, chapa-gasta?
Bem. Agora nada disso importa, certo?
O ano terminou e só nos resta olhar para o futuro, para o que podemos idealizar, planejar, elaborar, e colocar em marcha para a concretização.
Um dia ouvi dizer que:
Sonho sem plano de ação é apenas ilusão. Plano sem ação, não é plano é rascunho.
É importante termos sonhos e planos de ação, mas sem estratégia de execução, é como navegar sem mapa, sem guia.
Certamente, os últimos três anos têm trazido muita aprendizagem no que respeita a área financeira, e muitos de nós observamos, aprendemos e reorganizamos de forma positiva as nossas finanças.
Que bagagens fizeram parte do último ano?
Muitas coisas boas, com certeza, mas vamos ver em breves linhas alguns acontecimentos que contribuíram para afetar negativamente a situação financeira.
Estávamos a sair de uma pandemia, no início de 2022, um acontecimento trágico que tantas vidas devastou e que nos dois anos anteriores exigiu uma grande mobilização global em diversas áreas e a área financeira não ficou indiferente.
Foi sem dúvida um arrombo financeiro global e que despertou a atenção de cada cidadão para o impacto financeiro, uns menos ou mais afetados que outros.
O ano de 2022 foi recebido com alguma esperança de que realmente melhores dias estavam a chegar. Mas no dia 24 de fevereiro fomos surpreendidos com algo surreal, que aparentemente era um assunto encerrado na Europa – a guerra.
Começava uma ofensiva brutal e violenta da Rússia contra a Ucrânia e mais uma vez, primeiramente testemunhamos pelos diversos canais o dizimar de milhares de vidas e pouco tempo depois os efeitos seguintes, que eram mais do que previsíveis, outra crise financeira, que começou a afetar o mundo de forma global.
O gráfico de inflação portuguesa, que de forma visível já começava a subir desde setembro de 2021, começou a acelerar ainda mais e de forma assustadora com os efeitos da guerra. Sim, a inflação já estava em onda crescente antes da guerra, como podemos ver no mapa abaixo disponibilizado pelo Banco de Portugal, link.
Os preços de bens essenciais começaram a disparar e as famílias, semana após semana têm vivenciado o preço do cabaz alimentar a aumentar e o poder de compra a diminuir. O governo começou a apertar medidas com o objetivo de diminuir a dívida pública e de aumentar as receitas.
Para as famílias, apenas uma coisa tem sido certa – a incerteza de ver o fim desta que é considerada a maior inflação dos últimos 30 anos em Portugal. Tendo ultrapassado a barreira dos 10%.
Foi um ano marcado:
- Pela nova variante do Corona Vírus, comunicada por França;
- Pela guerra da Rússia contra a Ucrânia;
- Pelos protestos contra o “Covid Zero” na China;
- Pela crise energética gerada pela guerra e pela grande falta de diversificação de fornecedores de matérias-primas que asseguram o setor energético;
- Por escassez e aumento dos preços dos cereais e consequentemente de todos os seus derivados;
- Pelo disparo dos preços dos fertilizantes e consequentemente o aumento dos produtos agrícolas;
- Por inúmeros ciberataques mundialmente;
- Pela grande instabilidade climática, seca extrema e chuvas devastadoras;
- Pela instabilidade política e financeira no Reino Unido;
- Pelas inúmeras manifestações no Irão pelos direitos das mulheres, após a morte de Masha Amini;
- Pela extrema-direita a ganhar cada vez mais terreno na Europa;
- Pelas sanções da Europa e Estados Unidos às importações de petróleo e gás russo;
- Pela crise de imigrantes;
- Pela distribuição, em outubro, do governo português de cheques de 125,00€ para quem usufruía de um rendimento mensal até 2.700,00€;
- Pelo pagamento de meia pensão, em outubro, para os pensionistas que recebiam até 5.300,00€;
- Pela distribuição, em dezembro, do governo português de cheques de 240,00€ para quem recebia prestações mínimas ou que beneficiava da tarifa social da eletricidade;
- E muitos mais eventos marcantes nacionais e internacionais.
Em suma
Muitos acontecimentos influenciaram a nossa vida e vida financeira em 2022 e com eles vivenciamos coisas boas e menos boas.
O nosso desejo é que 2023 possa ser um ano em que consigamos tirar boas aprendizagens do que temos vivido e que a sede de continuar a aprender e colocar em prática tais aprendizagens, seja nossa verdadeira aliada.
Continua a contar com a equipa do Bora Falar de Guito, no que diz respeito a vida financeira (Finanças Pessoais, Investimento e Empreendedorismo), na partilha de dicas que surgem como boas práticas para organizar a vida financeira.
Ao longo de 2022 partilhamos diversos artigos, que esperamos que tenham sido e continuem a ser úteis no teu dia-a-dia.
Em 2023 continuaremos a disponibilizar muitos mais conteúdos e novidades para todos nós, pois a melhoria da Literacia Financeira é um dos nossos grandes focos.
Desejamos a todos, um 2023 cheio de realizações pessoais e profissionais e que as nossas finanças possam a cada dia ser mais saudáveis e felizes.
Que tal começar com a elaboração do teu orçamento? Lê aqui o nosso artigo Orçamento pessoal ou familiar – como criar.
Feliz Ano Novo de 2023!
Bora Falar de Guito?