No dia 16 de outubro de 2022, foi noticiado na televisão nacional, canal RTP 1, que segundo a consultora Nielsen até setembro de 2022 as famílias portuguesas, gastaram mais 567 milhões de euros, em despesas de supermercado, comparativamente ao mesmo período de 2021.
Os bens alimentares têm sofrido uma grande subida de preços.
A APED- Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, alerta que há um grande risco de escalada dos preços dos alimentos se a pressão sobre os custos continuar nos próximos meses.
De janeiro de 2021 até setembro de 2021, as famílias portuguesas gastaram cerca de 7 414 milhões de euros. No período homólogo de 2022 foram gastos cerca de 7 981 milhões de euros, mais 7,7% em relação a 2021.
O maior aumento de preços tem se verificado nos artigos de mercearia 10%, nos laticínio 9%, nos congelados 5% e 14% nas bebidas não alcoólicas. Em contrapartida, artigos de primeira necessidade mais caros como a carne de vaca ou o peixe, sofreram uma descida acentuada na procura, com registos na ordem dos 10-15%.
O que as famílias têm feito?
Segundo a Nielsen, quatro em cada dez artigos comprados atualmente são de marca branca, cerca de 40% e no que respeita a alimentação, o valor aproxima-se dos 50%.
As famílias têm procurado cada vez mais formas de poupar nas despesas de supermercado e as promoções têm sido a aposta principal.
Segundo os especialistas da área de retalho, metade da fatia dos valores das vendas estão relacionadas com promoções e os consumidores procuram promoções em diferentes cadeias de supermercados.
Segundo Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED, os 7,7% acumulados desde o início do ano, pelo crescimento das vendas de bens alimentares são “enganadores”, dado que toda a cadeia de distribuição tem sofrido com o aumento dos custos de produção e com a inflação.
Refere ainda que a frequência de ida às compras de supermercado tem aumentado e que pelos mesmos artigos, os consumidores têm pago cada vez mais. No entanto, segundo a APED as margens médias do setor do retalho continuam pelos 2-3%, e em alguns artigos o valor aproxima-se do 1% e 0% devendo-se tais percentagem ao crescimento do custo de produção, custo esse que o setor diz não passar na totalidade ao consumidor, sentindo-se assim o setor cada vez mais sufocado pela falta de margem.
A retração do consumidor é cada vez maior, e tal realidade é espelhada pela procura de produtos mais baratos.
O setor do retalho espera alcançar resultados mais positivos com as compras de Natal, por isso, prepara-se para uma adaptação, esperançosos que as ajudas do governo ao povo contribuam para tal.
Queres saber algumas dicas de poupança em despesas de supermercado? Lê o nosso artigo Supermercado – Como poupar nas compras?
Bora Falar de Guito!