O salário baixo é uma realidade em muitos países, Portugal infelizmente não é uma exceção.
A escassez de recursos financeiros leva muitas pessoas a confrontarem a si mesmas de que forma irão fazer face as despesas mensais como renda, prestação da casa, despesas de supermercado, conta da eletricidade, seguros, conta da água, combustível, passe social, creches, infantários, etc. Então, andam preocupadas em como fazer face a essas despesas com o dinheiro que ganham.
Algumas, tentam fazer uma autêntica “caça” as promoções, o que é bom, se tiverem noção do preço real dos produtos, se souberem rentabilizar as deslocações e comprar o que realmente necessitam.
Outras, pedem dinheiro emprestado para conseguir cobrir despesas, o que só aumenta a dificuldade, porque na verdade as receitas não aumentaram, simplesmente aumentaram as despesas, preocupações e forma-se uma bola de neve.
Seguem 5 erros a não cometer se o teu salário é baixo ou mal chega para pagar as contas. Não são “os erros”, mas sim “alguns erros a não cometer”.
1 – Cometer o erro de não ter Literacia Financeira:
É, possivelmente, o ou um dos principais erros que se comete.
A literacia financeira, é o resultado da educação financeira.
Na verdade, era importante que o tema fosse abordado desde a tenra idade, em casa. Que, no berço familiar, crescêssemos com exemplos práticos de educação financeira, porque lidamos com dinheiro desde a tenra idade.
O governo deveria estar igualmente empenhado em levar o tema para as escolas, desde a tenra idade. Abordar questões como:
- O que é o dinheiro?
- Para que serve o dinheiro?
- Como chega aos nossos bolsos?
- O que é uma mesada/semanada?
E vai crescendo:
- O que são receitas/despesas;
- O que são ativos/passivos;
- A importância da poupança;
- Como ganhar mais dinheiro;
- Como investir;
- Diversificar investimentos;
- Como poupar no pagamento dos impostos (era bom, não? Isso era pedir muito).
Sabemos que, infelizmente, não é uma prioridade da classe política, porque conhecimento traz questionamento e um povo com conhecimento exige mais da classe política e, consequentemente, toma decisões mais conscientes.
Que medidas podes adotar?
Bem…
Se a família não ensinou, o estado não ensinou, ninguém ensinou…
Então, só resta aprender por ti. Para começar, precisas apenas de investir do teu tempo.
Existem muitos especialistas na área financeira, que gratuitamente dispõem do seu tempo e disponibilizam conteúdo de qualidade como vídeos, artigos, etc. Tens muito conteúdo gratuito ao dispor.
O Bora Falar de Guito traz até ti algumas curiosidades e dicas para te ajudar nessa caminhada. Por isso, se tiveres interesse e empenho em melhorar a tua vida financeira, encontrarás aqui dicas valiosas.
A ausência da literacia financeira, leva muita gente a tomar más decisões na vida financeira, a endividar-se, contrair créditos com juros muitos altos, a gastar mais do que ganha que é um dos pontos que vamos abordar.
Não esperes até teres muito “guito” para começar a aprender a geri-lo. Se não souberes gerir o pouco, possivelmente, não saberás gerir o muito.
Com muito ou pouco, é importante saber como gerir. Porque, se não souberes como gerir, garantidamente, não faltarão conselheiros (bem ou mal-intencionados, sinceros ou sinceramente enganados) que te conduzirão a gastar o dinheiro de uma forma que pode não estar alinhada com os teus objetivos.
Investe na tua literacia financeira, dessa forma, farás com que o dinheiro trabalhe a teu favor.
É necessário ter noção de onde vem e para onde vai o teu dinheiro, por isso, orçamentar é indispensável.
De modo a ajudar, convidamos-te a ler o artigo Orçamento pessoal ou familiar – como criar e também poderás descarregar, no final do artigo, o ficheiro Excel (orçamento.xlsx) que preparamos para servir de base na criação do teu orçamento.
2 – Cometer o erro de gastar mais do que ganhas
Quem gasta mais do que ganha, está a semear os ventos da autoindulgênciado livro O Homem Mais Rico da Babilónia
Gastar mais do que ganhas é traçar o caminho para o caos financeiro.
É comum ouvir pessoas dizer: “não sei para onde foi o meu dinheiro”. Estou no dia X do mês, já não tenho dinheiro e tenho muitas contas por pagar.
Algumas, porque ganham um salário que não consegue fazer face as despesas. Outras, não fazem ideia de como gastam boa parte do dinheiro, porque fazem algumas despesas supérfluas como:
- Consumos alimentares descontrolados fora de casa (pequenos-almoços, almoços, lanches, etc);
- Compras de produtos que não necessitam, apenas porque estão em promoção e “têm medo de perder a oportunidade”.
- Entre outros.
A forma como geres o teu dinheiro, tem de ir de encontro com os teus objetivos. De notar que, o que fazes hoje com o teu dinheiro, é um reflexo do que será o amanhã da tua vida financeira.
Que medidas podes adotar?
Não te metas em compromissos financeiros que não tens capacidade de honrar ou em despesas supérfluas.
Pequenos gastos como o café que bebes fora de casa, são autênticos drenantes do teu orçamento. Quanto custa um café? Suponhamos que 0,65€. No final de um mês de 30 dias, são 19,50€ de gastos apenas com a toma de um café. Imagina se tomas mais do que um.
Haverá alguma conta ou parte de conta que podes pagar com 19,50€? Decerto que sim.
E dizes, mas eu preciso mesmo de tomar o meu café diário.
Não tens de deixar de fazê-lo, embora traga um enorme benefício para a tua saúde, mas não entraremos para tal campo. Apenas, é necessário encontrar uma alternativa mais económica para continuares o consumo.
Atualmente, muita gente utiliza garrafas térmicas para levar café para o trabalho, faz o café em casa em cafeteiras. É uma alternativa para quem quer economizar.
Se com o café poupas cerca de 20,00€ ou mais, dependendo da quantidade diária, imagina com lanches ou almoços. Levar lanche, almoço, jantar, para o trabalho é outra forma de poupar dinheiro.
3 – Cometer o erro de querer nivelar-se com pessoas que têm um nível financeiro superior ao teu, ou seja, querer comparar-se com os outros.
As pessoas gastam um dinheiro que não têm, para comprar coisas de que elas não precisam, para impressionar pessoas de quem não gostam.Will Rogers
Querendo ou não, somos facilmente influenciados pelo ambiente que nos rodeia (pelos amigos, familiares, comunicação social, redes sociais, entre outros).
Deixamo-nos influenciar por elementos externos, o que nos desfoca dos nossos objetivos de vida e afeta negativamente a saúde das nossas finanças.
Somos bombardados pela comunicação social, de tal forma, que turva a nossa visão e objetivos e deixamos de pensar com clareza na linha que separa o “querer” do “necessitar”.
Existe uma incompatibilidade com o sucesso real, quando nos colocamos na estrada da ostentação, de querermos parecer quem não somos, ao comprarmos o que não podemos e com o dinheiro que não temos.
Pode ser que não tenhas propósitos financeiros definidos para a tua vida, que não tenhas traçado nenhum objetivo na área, quer a curto, médio ou longo prazo. Sendo assim, serás facilmente influenciado pelo meio externo.
Se você não sabe para onde quer ir, então, qualquer caminho serve.Lewis Carroll
Que medidas podes adotar?
Se estás numa posição que não te agrada, toma atitudes para mudar a situação, mas não sigas a multidão tomando certas atitudes, porque A ou B fazem igual ou aconselharam.
Para de estar constantemente a seguir a vida de outras pessoas, a ver o que aconteceu, o que comprou, o que diz que vai realizar. Para! E começa a planear a tua própria vida.
Esquece a fixação pelo familiar, amigo ou pais que já alcançaram isso ou aquilo. Começa a pensar no melhor para ti, traça metas e começa a executar.
No futuro, quem viverá com o resultado das escolhas feitas ao longo da vida, serás tu. Por isso, alinha os teus atos de acordo com os teus objetivos.
Um propósito bem definido e assumido, ajudar-te-á a afastar distrações e a tomar atitudes em sintonia com o caminho traçado.
4 – Cometer o erro de não ter um Fundo de Emergência
A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.Peter Drucker
Fundo de Emergência é um valor considerável, reservado para cobrir grandes despesas inesperadas e ou até mesmo suportar os gastos integrais mensais durante um período de vida em que nos vimos privados das fontes de rendimentos habituais.
A pandemia veio dar a conhecer esse conceito a muita gente que não fazia ideia do que se tratava e de qual a sua importância.
Para outros, trouxe simplesmente uma maior consciência em relação a importância de não descorar de ter um Fundo de Emergência, o mais aprovisionado possível.
A verdade é que algum elemento de um agregado familiar e noutros casos, famílias inteiras viram-se sem emprego, de um dia para o outro, completamente desprevenidas, sem perspetivas de melhorias, sem saber como iriam sobreviver nos dias/meses seguintes.
Alguns tinham uma Almofada Financeira, ou talvez um Fundo de Emergência, que deu para aguentar a crise em que se encontravam ou parte dela. Mas outros não tinham nada, ficaram completamente vulneráveis e sem qualquer perspetiva.
Que medidas podes adotar?
É aconselhável ter no mínimo…
Bem, esse é um ponto para o qual, mesmo entre os entendidos existem algumas opiniões divergentes, vai entre guardar 3, 6, 12 meses correspondentes às tuas despesas mensais.
Neste momento, há quem esteja a pensar: Estás a brincar? Para quê empatar 3 meses do valor correspondente às minhas despesas mensais, quando podia comprar tanta coisa com esse dinheiro, fazer umas belas férias ou estar mais despreocupado com gastos?
Outros dizem: É para rir ou chorar? O que ganho cobre as despesas ao cêntimo e não fica mais nada. Como achas que vou conseguir começar a construir um Fundo de Emergência?
Pode existir outra classe, que diz: Pensa no seguinte cenário, eu ganho abaixo dos 700,00€ e tenho gastos de 900,00€. Então, Fundo de Emergência?
Sim. Para saberes mais, lê o nosso artigo Fundo de Emergência – O que precisas de saber.
A maioria das pessoas consegue poupar, mas não o faz. A pandemia, veio mostrar a muita gente que ter um Fundo de Emergência não é um absurdo, o que nos leva ao 5º e último erro que selecionei, que acaba por complementar o presente ponto. Último, mas não menos importante.
5 – Cometer o erro de ter apenas uma fonte de rendimento
Cometer este erro, coloca-nos numa situação de grande dependência. Dessa forma, obriga-nos a fazer de uma fonte o nosso único foco e objetivo de vida, muitas vezes, não deixando qualquer espaço para a nossa vida e projetos pessoais.
Ficamos completamente expostos as flutuações e instabilidades do mercado.
Que medidas podes adotar?
Algumas alternativas para suprir esse ponto passam por:
- Trabalhar mais para aumentar a renda, uma renda extra. Encontrar formas de fazer mais dinheiro;
- Há quem opte por um segundo emprego, porque ganha muito pouco e não consegue fazer face às despesas básicas, ou simplesmente, quer fazer a tal renda extra, para alcançar alguns projetos de vida;
- Arranjar alternativas que ajudem a criar rendas passivas;
- Investir no ramo imobiliário;
- Etc.
Trabalhei com alguém que tinha dois empregos, mesmo vivendo na casa dos pais e, sem necessidade de ter um segundo emprego. Trabalhava num escritório e numa cadeia de supermercados com o propósito de começar a aprovisionar o futuro.
Pode ser que o ter um segundo emprego seja um grande sacrifício para ti, seja inviável ou podes não ter interesse em algo do género.
Já pensaste em tirar proveito das tuas habilidades ou aprender uma nova habilidade e começar a dar asas a imaginação?
Pensa em algo que gostas de fazer, que sejas bom. Quem sabe, só para exemplificar:
- Na área da culinária;
- Serviços facilitadores como por exemplo, passear/cuidar de animais;
- Fazer companhia a idosos, cuidar de crianças;
- Ajudar a elaborar ou melhorar currículos;
- Preparar pessoas para entrevistas;
- Dar formações;
- Fazer traduções de documentos;
- Efetuar correção de textos.
Cria ou vende algo que tenha procura no mercado e se for algo com pouca oferta, perfeito. Tens mais clientes garantidos.
Em suma
Não comete esses 5 erros. Deixamos a dica para aplicares as sugestões acima, para que possas tirar maior proveito do teu salário e como viste, até poderás aumentar os teus rendimentos.
Não há segredos para o sucesso. É o resultado da preparação, do trabalho duro e do aprendizado do fracasso.Colin Powell
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Bora Falar de Guito!
1 comentário
Excelente. Deus abençoe.