Os portugueses têm recorrido cada vez mais aos Certificados de Aforro para rentabilizar as suas poupanças, uma vez que as taxas de juro atingiram os valores máximos.
A remuneração dos Certificados atingiu a taxa máxima permitida por lei de 3,5%, o que tem impulsionado a procura por este instrumento de poupança e fez com que atingisse máximos históricos.
Essa é a uma das formas que as famílias encontraram para rentabilizar um pouco as suas poupanças, uma vez que os juros dos depósitos bancários em média não ultrapassavam 0,65% em fevereiro.
Com o aumento das taxas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) e a baixa rentabilidade dos depósitos bancários, cada vez mais pessoas têm apostado na dívida pública.
A subscrição de Certificados de Aforro, representa um risco baixo, pois as pessoas emprestam dinheiro ao Estado e têm o capital garantido.
O montante máximo que os aforradores podem aplicar é de 250 mil euros, e o prazo de subscrição é de 10 anos. Os juros são calculados de três em três meses, tendo como referência a Euribor a três meses.
Como aforrador, podes acompanhar a evolução da remuneração das tuas subscrições, através do AforroNet, serviço online disponibilizado pela IGCP (apenas para titulares de Conta Aforro).
No primeiro trimestre de 2023, os portugueses aplicaram cerca de 9.353 milhões de euros em Certificados de Aforro, quase o limite fixado pelo Governo para o ano de 2023, que é de 10.250 milhões de euros.
Os dados divulgados pelo Banco de Portugal mostram que o stock de Certificados de Aforro mais do que duplicou em relação ao período homólogo do ano passado, passando de 12,6 mil milhões de euros em março de 2022 para 28,6 mil milhões de euros no final do mês passado – um valor recorde.
No quadro abaixo, podemos verificar um gráfico da dívida direta do Estado sob a forma de certificados de aforro denominados em euros – stocks mensais em milhões de euros.
Durante a apresentação do Programa de Estabilidade 2023-2027, o Ministro das Finanças, Fernando Medina, referiu que poderão ocorrer alterações na oferta: “Teremos de avaliar a forma como as subscrições ocorrem ao longo dos próximos meses”, apontando que a procura por subscrições se deve ao facto de os particulares “não encontrarem no mercado uma oferta do ponto de vista da poupança que seja compatível com uma remuneração adequada”. Acrescentou: “naturalmente que do ponto de vista das necessidades de financiamento do Estado isso tem de ser balizado”.
Os Certificados de Aforro nunca foram tão procurados como agora, com uma taxa de retorno de 3,5%, que pode durar até o final de 2025. Embora o Governo admita rever a rentabilidade das taxas, a DECO alerta que ainda representam uma pequena parte da dívida pública e que funcionam como estímulo à poupança.
Como temos verificado mês após mês, as taxas de remuneração dos depósitos bancários estão cada vez mais baixas. Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, mencionou que a banca tem de aumentar a retribuição para acompanhar a subida dos juros.
Para saberes mais sobre Certificados de Aforro, lê o nosso artigo “Certificados de Aforro – O que preciso de saber?“.
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