Bora Falar de Guito
    Twitter Instagram LinkedIn
    Twitter Instagram LinkedIn
    Bora Falar de Guito
    Brevemente BoraFalarDeGuito no Youtube
    • Início
    • Sobre nós
    • Blog
    • Simuladores
    • Contactos
    Bora Falar de Guito
    Inflação – O que é e como nos afeta?

    Inflação – O que é e como nos afeta?

    0
    Por Ivan Mota em 14-03-2022 Diversos

    Com certeza, já reparaste que com o passar do tempo a tendência dos preços dos bens e serviços é de subir.

    Se formos comparar os preços de a uns cinco anos atrás, por exemplo do pão, da carne, da eletricidade, do corte de cabelo, iríamos verificar que nada tem a ver com os preços praticados hoje.

    A esta subida generalizada do preço dos bens e serviços dá-se o nome de inflação.

    Qual é a razão de existir a inflação?

    Os governos estão em análise continua da inflação, com o objetivo de manter o seu valor baixo e estável.

    Na Zona Euro, por exemplo, todos os meses são coletados dados de preços de aproximadamente 700 bens e serviços representativos, de modo que os governos possam dizer com alguma precisão, qual foi o valor da inflação do mês anterior e, no início do ano é calculada a média anual da inflação do ano anterior.

    Esta obsessão sobre a análise dos preços dos bens e serviços, permite aos governos tomarem medidas para reduzir o impacto da inflação e estabilizar a economia.

    No século XVII, uma das razões do colapso do império espanhol, foi a explosão da inflação, pois naquela altura não havia esta monitorização que existe atualmente, de aferir o seu valor e agir de modo a controlar o seu impacto.

    Algumas razões para a inflação:

    • Aumento do custo de produção;
    • Aumento da procura;
    • Impressão de dinheiro.

    Aumento do custo de produção

    Com o aumento do custo de produção das empresas, para as mesmas continuarem a operar e a garantir as suas margens de lucro, acabam por passar o peso do aumento do custo de produção aos seus clientes finais.

    Esse aumento, poderá ocorrer, por exemplo, por causa do aumento do preço das matérias-primas e ou dos produtos petrolíferos, uma das realidades que estamos a viver atualmente.

    Devido a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e das sanções que estão a ser aplicados à Rússia, os preços dos produtos petrolíferos estão a aumentar, o custo da produção de energia a disparar e matérias-primas como o trigo, o milho, fertilizantes, etc, estão a escassear. Com isso, embora Portugal e muitos países não estejam diretamente envolvidos nesta guerra, acabam por sofrer as consequências, vendo o custo de vida a aumentar dia após dia.

    Outro fator responsável pelo aumento do custo de produção, poderá ser o aumento do custo da mão-de-obra devido a revindicação bem-sucedida, por parte dos trabalhadores, pelo aumento salarial ou devido a falta de trabalhadores suficientes com as competências necessárias para satisfazer as necessidades das empresas.

    O aumento das rendas, poderá também estar por trás do aumento do custo de produção, pois as empresas são pressionadas a passar o aumento da renda dos escritórios, terrenos, fabricas aos seus clientes finais.

    Aumento da procura

    O aumento da procura por determinado bem, onde a produção não consegue dar resposta, acaba por aumentar o preço deste bem.

    Temos como exemplo, o uso de máscaras no início da pandemia causada pelo COVID19. Naquela altura, a procura era tanta, que o preço de uma máscara descartável, em Portugal, chegou a custar 1,00 € e, em alguns sítios, era vendida a unidade em vez de em caixas como acontecia antes da pandemia.

    Para além de acontecimentos não previstos, o aumento do nível de vida da população também poderá provocar o aumento de procura, pois terão ao seu dispor mais dinheiro para gastar.

    Na eventualidade do governo reduzir os impostos de forma significativa, irá por consequência aumentar a disponibilidade financeira da população, que por sua vez poderá resultar no aumento da procura de bens, que após um tempo irá provocar o aumento do preço destes bens.

    Da mesma forma, a redução dos juros poderá despoletar um aumento do consumo a curto prazo. Se o juro sobre os empréstimos e créditos habitação baixar, poderemos, por exemplo, ser tentados a adquirir um novo carro, a comprar casa, logo haverá um aumento da procura, que por sua vez irá originar um aumento dos preços.

    Se os governos e os bancos injetarem mais dinheiro nos mercados, a população terá mais dinheiro para gastar. Isto significa, que poderão pagar mais pelos mesmos produtos, o que fará aumentar os seus preços.

    Impressão de dinheiro

    Em momentos de maior necessidade de estimulação da economia e de modo a gerar mais empregos, os governos/bancos centrais tendem a adotar medidas como:

    • Aumentar o número de notas em circulação, literalmente;
    • Aumentar o seu endividamento;
    • Permitir que os bancos possam emprestar mais dinheiro, ao autorizar que reduzam a sua reserva fracionária.

    Em qualquer uma das opões acima referidas, acabam por aumentar o número de notas em circulação, o que faz com que as notas percam valor após algum tempo. Pois, existirão mais notas disponíveis para comprar os mesmos produtos.

    Os governos/bancos centrais utilizam este princípio, arrojado, porque de acordo com o economista e filosofo John Maynard Keynes é necessário algum tempo para que o valor da moeda caia. Este período, entre o aumento do número de notas em circulação e o seu declínio em valor, com alguma sorte, poderá constituir uma janela de oportunidade para a encomia.

    Durante a janela de oportunidade acima mencionada, as pessoas poderão comprar mais bens, as empresas poderão contratar mais colaboradores, poderão comprar mais maquinarias e por consequência aumentar a sua produção. Existirão mais bens no mercado para comprar até que a inflação volte a tornar-se num problema.

    Segundo Keynes, um pouco de inflação poderia fazer crescer a economia. O argumento é que não interessa se os preços aumentem todos os anos, desde que os salários aumentem a um ritmo superior. Deste modo, os governos/bancos centrais podem utilizar a inflação como mecanismo para fazer crescer a economia.

    Este raciocínio, defendido por Keynes, é visto como uma estratégia muito arriscada e é altamente contestada pelos economistas conhecidos como monetaristas, que acreditam que qualquer estratégia que aumenta a inflação, poderá causar um problema maior e deverá, a qualquer custo, ser evitada, independentemente da situação.

    Porque é que a inflação é um problema?

    A razão pela qual a inflação é um problema, deve-se ao fato de que nem tudo aumenta na mesma proporção e ao mesmo ritmo. Refiro aos salários, aos preços dos bens e serviços, aos preços das casas, etc.

    Se tudo aumentasse na mesma proporção e ao mesmo ritmo, não haveria problema, pois, continuaríamos a manter o nosso poder de compra. Por outras palavras, se o meu salário aumentasse 10% e os bens e serviços aumentassem 10% ao mesmo tempo, então, o meu padrão de vida não mudaria.

    Em 1946, na Hungria, a taxa média da inflação diária, era de 207%. Por exemplo, uma “carcaça” (nome que se dá a um tipo de pão em Portugal) que custava 0,20 € na segunda-feira, na terça-feira custava em torno de 0.41€ e 0.85€ na quarta-feira e assim por diante. Isto era um grande problema, porque o salário não aumentava na mesma proporção.

    Naquela altura, na Hungria, as poupanças guardadas debaixo do colchão, perdiam o seu valor de um dia para o outro.

    O caso da Hungria de 1946, é um exemplo extremo, mas situações semelhantes já aconteceram várias vezes na história e dá-se o nome de Hiperinflação.

    A inflação é muito má para as nossas poupanças e manter a inflação baixa e a um ritmo controlado, irá recompensar todas as nossas poupanças e nos ajudará a efetuar planeamentos a longo prazo, porque saberemos com o que contar no futuro.

    Conclusão

    Na prática, o ideal seria manter a inflação baixa, algo que é extremamente difícil, porque seria necessário controlar diversos fatores, tais como:

    • Custo das matérias-primas;
    • Custo de produção;
    • Custo da mão-de-obra;
    • Descidas ou subidas dos impostos;
    • Descidas ou subidas de taxas de câmbios;
    • Crescimento da economia local;
    • Crescimento da economia do país vizinho;
    • Descidas das taxas de juros;
    • Compra de obrigações;
    • Impressão de dinheiro;
    • Etc.

    Por isso, cabe a todos os governos/ bancos centrais monitorizar e agir com sabedoria quando o assunto se trata da inflação e não ignorar a história.

    Compartilha connosco de que forma a inflação tem afetado o teu dia a dia.

    Também podes compartilhar as tuas sugestões, elogios e críticas.

    Todo o conteúdo presente neste artigo tem apenas fins informativos e educacionais e não constitui uma recomendação ou qualquer tipo de aconselhamento financeiro.
    Partilhar Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr E-mail
    Artigo anteriorTabelas de Retenção IRS 2022
    Próximo artigo Calculadora de prestação de Crédito Habitação
    Ivan Mota
    Ivan Mota

    Cofundador do projeto Bora Falar de Guito.

    Artigos Relacionados

    O virar da página – Ano Novo de 2023!

    Tabelas de Retenção IRS 2022

    Simulador de Salário Líquido 2022

    Deixa abaixo o teu comentário Cancelar resposta

    O teu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

    Artigos Recentes
    27-03-2023

    Simulador de Salário Líquido 2023 – Segundo semestre

    25-03-2023

    IVA zero e outras medidas de apoio às famílias em Portugal

    22-02-2023

    IMI – O que precisas de saber?

    14-02-2023

    IRS 2023 – Datas importantes

    Simuladores
    Por Ivan Mota27-03-2023

    Simulador de Salário Líquido 2023 – Segundo semestre

    Sabes quanto irás receber de salário líquido a partir de julho de 2023? De acordo…

    14-01-2023

    Simulador de Salário Líquido 2023 – Primeiro semestre

    28-03-2022

    Simulador de Subsídio de Desemprego

    20-03-2022

    Calculadora de prestação de Crédito Habitação

    Sobre nós
    Sobre nós

    O “Bora Falar de Guito” é constituído por uma equipa empenhada em partilhar sugestões de Gestão das Finanças Pessoais, Empreendedorismo e Investimentos.

    Saiba mais em Sobre nós

    Artigos Populares
    22-03-2022

    Crédito Habitação – Será que devo transferir?

    16-10-2022

    Supermercado – Como poupar nas compras?

    04-01-2022

    Não comete esses 5 erros

    03-01-2022

    A importância de pagar-te primeiro

    Subscreve a Newsletter

    Subscreve a nossa lista de newsletter para ficares a par de todas as novidades.

    Copyright © 2022 BoraFalarDeGuito.com
    • Sobre nós
    • Mapa do Site
    • Termos de Utilização
    • Política de Privacidade
    • Contactos

    Introduz acima os teus termos de pesquisa e pressiona Enter para pesquisar. Pressiona Esc para cancelar.